Desafio na formação de preços pós-pandemia
21/10/2023, por Redator UniPaulistana
Os resultados e o lucro são temas recorrentemente discutidos pelas empresas de variados segmentos. Ao mesmo tempo, a crise sanitária provocada pela Covid-19 alterou de forma brusca a realidade de muitas delas.
De acordo com dados trazidos pelo Portal de Notícias G1, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) revelou que o ano de 2020 foi o pior dos últimos cinco para a inflação, que fechou dezembro em 4,52%, impactando diretamente nos preços dos produtos em todo o país.
Desta forma, estas considerações nos levam a refletir sobre o ramo de atuação (indústria, comércio e serviços); o porte (micro, pequena, média ou grande); os concorrentes (diretos e indiretos); e até mesmo sobre as algumas particularidades (recém-abertas, maduras, familiares entre outras) das empresas.
Ou seja, essas são ponderações estratégicas e não devem ser negligenciadas, porém a reflexão sobre gestão de custos e formação de preço é fator determinante entre o sucesso e o fracasso de uma empresa.
Para alguns, pode parecer uma analogia exagerada, porém diferenciar lucratividade (ou margem de lucro que é o retorno sobre receita) de rentabilidade (retorno sobre investimento) deveriam ser temas discutidos desde as grandes corporações, até quem deseja complementar a renda vendendo bolo de pote.
E qual a diferença entre lucratividade e rentabilidade?
Na prática, lucratividade nada mais é do que o que sobra das receitas (preço do produto ou serviço vezes a quantidades de produtos e serviços vendidos ou realizados) em relação aos custos (gastos necessários para obtenção do produto ou prestação do serviço), as despesas (gastos necessários para controle, aumentar receitas, juros pagos) e outros (taxas, impostos etc.).
Não é incomum os empresários formarem os preços tomando por base a concorrência, sem controlar ou dimensionar corretamente estes gastos. Muitas vezes, a margem de lucro é baixa ou até negativa.
Já o conceito de rentabilidade, são os recursos que foram investidos na empresa (máquinas, equipamentos, móveis, utensílios, reforma, softwares entre outros) e o retorno sobre estes valores.
Em resumo, aquilo que parece lucro, nada mais é do que o retorno de um recurso que já era da empresa (capital do sócio ou até empréstimos com juros). Outro equívoco comum é confundir receita com lucro.
Mas, e na prática, como funciona?
Um exemplo simples, mas muito apropriado didaticamente, é o dinheiro disponível no caixa (dinheiro vivo ou saldo no banco) utilizado para outros compromissos, inclusive pessoais, e no momento de arcar com compromissos mais pesados, como aluguel ou salários, faltarem recursos.
Estes são alguns fatores que estão diretamente relacionados à gestão de custos e formação de preços que, quando não observados, podem comprometer seriamente o futuro da empresa.
Nesse sentindo, a empresa não quebra no momento em que atrasa o terceiro mês de aluguel, ela vem quebrando ao longo do tempo, por falta de margem de lucro, volume de vendas baixo, custos elevados e outros fatores relacionados aos fatores externos como desemprego ou inflação, mas que são todos de responsabilidade do sócio da empresa, dono, empresário ou empreendedor.
Os nomes mudam, mas a responsabilidade é a mesma, e em tempos pós-pandêmicos, não são escolhas, são exigências.
Edílson Bezerra das Chagas
Bacharel em Economia e Mestre em Administração com Ênfase em Finanças Corporativas. Professor e Coordenador de diversos cursos no Centro Universitário Paulistana e Consultor Empresarial.