Como é desenvolvida a educação ambiental nas escolas
18/03/2024, por Redator UniPaulistana
É importante que as famílias estejam atentas à maneira como as escolas trabalham os projetos de educação ambiental, pois esta não raro acaba assumindo, nas diversas instituições, um caráter conteudista e intelectualmente distanciado. Tal caráter, entretanto, especialmente na época em que vivemos, não pode sustentar-se como proposta aceitável. Nossas crianças e adolescentes trazem dentro de si questionamentos, angústias e até mesmo terrores que se encontram, muitas vezes, negligenciados, e precisam, contudo, ser estratégica e sabiamente vinculados à sondagem teórica do conhecimento.
Indagar em uma prova, por exemplo, quais são as principais causas da poluição atmosférica pode ser útil, mas não deve ser tudo. Isso vale igualmente para discussões abstratas ou científicas sobre temas como “efeito estufa”, “poluição hídrica”, “desmatamento”, etc.
Uma vez que a questão ambiental está hoje absolutamente colada às teias do nosso cotidiano como problema concreto e vivência socioemocional – inclusive com a presença de calamidades naturais mais ou menos graves em torno do espaço escolar –, é imprescindível que essa síntese entre conhecer e viver também se materialize na sala de aula.
As novas gerações vão tomando cada vez mais consciência da dimensão altamente complexa e gigantesca da missão coletiva que lhes é apresentada. Sentem-se despreparadas para o enfrentamento? Julgam-se impotentes? Os resultados de pesquisas têm sugerido que sim. Os jovens preocupam-se com as reveses ambientais e acreditam que a ciência é apta a solucionar alguns deles, porém não nutrem otimismo quanto ao destino ecológico do planeta nem se supõem capazes de fazer a diferença.
Mas se está em jogo, então, não apenas seu próprio futuro, como também de seus filhos e netos, podem os pais deixar de acompanhar que educação ambiental está sendo oferecida para seus filhos? Em contraste com programas tímidos e conservadores, o que proporia uma educação ambiental desejosa de inovação? O caminho engloba, ao mesmo tempo, pesquisa-e-conhecimento, comprometimento e ação. De fato, conhecimento, por si só, não necessariamente produz mudança de atitude.
A aquisição de conhecimento científico, o estímulo ao engajamento ético afetivo de ordem individual e a criação de ações coletivas na comunidade escolar – pequenas que sejam – não podem mais permanecer desconectados. A educação ambiental deve enfatizar-se no dia a dia e em projetos que incentivem os estudantes a imaginar micro ou macro soluções. Exemplos felizes nesse sentido já existem. Há-que se expandir, com urgência, o modelo.
Em suma, é totalmente desaconselhável que a educação ambiental se reduza à condição de mero conteúdo pedagógico. Ela precisa ser elaborada progressivamente pela comunidade escolar como concepção de vida, forma de organização da existência que tenha por horizonte o desenvolvimento sustentável.
Neste momento de nossa história, tão ou mais impactante que a avaliação quantitativa de saberes teóricos é a construção de novos padrões de ação e comportamentos socioculturais em relação à natureza. E é inegável que os pais exercem um papel fundamental nesse diálogo com a escola. A tarefa não é fácil? Mais árdua se tornará se nos limitarmos a postergar as ações para amanhã.
Profa. Doutora Giselle Madureira Bueno
Centro Universitário Paulistana – UniPaulistana